A queda de cabelo é uma preocupação estética para milhões de pessoas em todo o mundo e representa um dos principais motivos de consulta em dermatologia. Embora as causas da queda capilar sejam múltiplas e existam diversos fatores que a podem agravar, sabe-se que o stress oxidativo, as deficiências nutricionais e as alterações hormonais desempenham um papel fundamental.
Ao longo dos anos, têm sido estudados diferentes medicamentos e nutracêuticos para ajudar a minimizar a queda de cabelo. Entre eles destacam-se o cobre, a vitamina K2 e os extratos de Salvia officinalis. Estes compostos são particularmente interessantes porque diversos estudos demonstraram benefícios na prevenção da alopecia e na promoção do crescimento capilar. Vamos analisar o papel de cada um deles.
O papel essencial do cobre no cabelo
O cobre é um oligoelemento indispensável para muitas funções do nosso organismo, incluindo a formação de colagénio e elastina — componentes básicos do folículo piloso. Além disso, o cobre é crucial para a atividade da enzima tirosinase, responsável pela síntese da melanina e, consequentemente, pela cor do cabelo.
Estudos mostram que o equilíbrio adequado de cobre é fundamental para evitar o dano oxidativo, e que a sua deficiência pode enfraquecer os folículos e favorecer a queda capilar (https://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/15226514.2023.2199875).
Vitamina K2: um apoio indireto ao crescimento capilar
A vitamina K2 atua de forma diferente na saúde capilar. Não tem um efeito direto no crescimento do cabelo, mas desempenha um papel importante na manutenção da microvasculatura do organismo.
No couro cabeludo, ajuda a preservar uma microcirculação adequada, essencial para nutrir corretamente os folículos. Ao evitar a calcificação vascular e promover a elasticidade dos vasos sanguíneos, a vitamina K2 pode criar um ambiente mais favorável ao crescimento do cabelo (https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/24860730/).
Salvia officinalis e o seu impacto na saúde capilar
A Salvia officinalis tem sido utilizada há séculos devido às suas propriedades antioxidantes, antimicrobianas e anti-inflamatórias. Estudos demonstram que os seus extratos são ricos em compostos polifenólicos, como o ácido rosmarínico, que conferem uma potente atividade antioxidante capaz de proteger os folículos pilosos contra os danos provocados pelos radicais livres.
Além disso, a capacidade antioxidante da Salvia officinalis ajuda o organismo a combater processos inflamatórios associados a alguns tipos de alopecia. Investigações recentes mostraram também que a administração de extrato de salva pode aumentar os níveis de estrogénio e estimular a geração de novos folículos, sugerindo um efeito positivo na manutenção da densidade capilar.
A importância do estrogénio na queda capilar durante a menopausa
Durante a menopausa, a diminuição dos níveis de estrogénio tem um impacto direto no ciclo de crescimento capilar. Este hormónio prolonga a fase anágena (fase de crescimento) do cabelo; quando os seus níveis baixam, ocorre a miniaturização dos folículos e aumenta a proporção de fios em fase telógena (fase de queda).
A capacidade dos extratos de Salvia officinalis de aumentar os níveis de estradiol pode trazer benefícios adicionais para mulheres na menopausa, ajudando a reduzir a queda de cabelo associada à deficiência hormonal.
Mecanismos de ação combinados
A atuação conjunta do cobre, da vitamina K2 e da salva pode proporcionar um efeito sinérgico no combate à queda capilar:
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Ação antioxidante: tanto o cobre como os polifenóis da salva neutralizam radicais livres, protegendo a estrutura dos folículos pilosos.
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Melhoria da irrigação sanguínea: a vitamina K2 promove um fluxo sanguíneo mais eficiente e mantém saudável a microcirculação do couro cabeludo, permitindo que o cabelo receba os nutrientes necessários para crescer.
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Equilíbrio hormonal: os extratos de salva ajudam a equilibrar fatores hormonais essenciais para o crescimento capilar, especialmente em fases como a menopausa.